E que o espetáculo comece... É nessa hora que a cortina cai e você se depara, cara a cara com seu pior medo. O vazio. Eu sempre tive medo disso. Folhas em branco, casas sem mobília ou corações sem amor. Nem que seja amor próprio, mas que seja amor. Me falaram uma vez que um bom mágico nunca revela seus truques. É, tá aí. Cada um de nós temos uma parte "mágico", e é um mágico dos bons. Aquela voz que fala, bem baixinho, no seu ouvido sobe como deve agir ou para que rumo deve seguir. Sem revelar seus truques, ela te guia. Rumo ao leste, ao oeste. Para onde você quer ir? Nem eu sei ao certo. Minha opinião muda de acordo com o clima, ou o clima muda de acordo com minha opinião. O comandante me manda tocar meu barco para o sul, mas olhando para lá eu vejo terra, e de verdade, não está na hora de descer a âncora. E se eu quiser seguir pro norte? Tudo bem que água pra lá não é tão azul mas eu não vejo nada no horizonte além de mar e é com esse mar que estou acostumada. Não me lembro ao certo quando pisei em terra firme, mas sei que a sensação não foi boa. Não havia balanço. Estava vazio. VAZIO. Que palavra tenebrosa. Volte os tripulantes para o barco marujo, é hora de seguir viagem. Ficar deitado na praia não faz com que você chegue ao seu destino. "Mas e se eu não tiver um?" Você tem. Todos temos. O seu mágico só está esperando a hora certa para tirar o coelho da cartola e te surpreender com mais um: eu tenho forças pra seguir em frente. Então, é hora de navegar.
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