No dia do nosso casamento
Quarta feira à noite, a temperatura estava em torno dos 18 graus. Chovia de mansinho. Dava pra ouvir o barulho das folhas agradecendo por cada gotícula d'água. Então, resolvi sair. Coloquei-me sentada em uma mesa de um lugar no qual nunca imaginei frequentar. Pedi um café e observei todas as pessoas que passavam por ali. Algumas apressadas, em meio a ligações e papéis. Outras calmas, como se exalassem alívio por terem concluído mais um dia do seu infinito. Uma me chamou atenção. Um homem dos cabelos escuros e olhos no tom de mel, me olhou sobre um livro e sorriu fazendo uma curva no canto da boca. Ele estava lendo Stephen King, ou fingindo ler enquanto me observava. Parecia curtir rock, e eu estava certa nesse ponto. Ele logo puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado, falou sobre o tempo e me explicou um pouco sobre mitologia grega. Conversamos sobre nossas vidas e ele me contou histórias incríveis sobre sua viagem ao Alasca. Ele perguntou-me qual meu estilo musical favorito e riu ao ouvir que amava Jorge e Matheus, afinal, nosso estilo musical diz muito sobre nós mesmos. Debatemos sobre cinema, arte e ocorridos. Tudo muito oposto. Não dava pra dar certo. Ele era tudo que eu nunca pensei ser. Então, decidi que era tarde, que deveria ir embora. Ele me pediu meu número e me deu um beijo leve na testa acompanhado da frase "espero que pense em mim, meu oposto". Como não pensar? Naqueles olhos, naquele sorriso. Meu celular vibrou e junto o meu coração. O oposto me ligando. Chamou-me para um show. Sobre o show eu não me lembro direito, agora o beijo ao fim da noite eu não esqueci. Foi assim que os opostos se acharam. Em meio à tantas pessoas, o amor nos escolheu. Ele era o que eu nunca pensei ser pois ele seria por mim. O destino designou a mim seu coração, alma e ser. E é a esse homem que eu ofereço esse brinde. Obrigada meu querido e amado oposto.
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